segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Filosofia Contemporânea .


A filosofia contemporânea, nas suas linhas mais fundamentais e características, só pode ser adequadamente compreendida em relação com a obra de Hegel. Com efeito, a filosofia contemporânea constitui em grande media uma reação contra o sistema hegeliano, ao mesmo tempo em que retoma poucas das suas análises e interrogações.

A mais notável e radical reação contra o sistema de Hegel é feita por Marx, pelo marxismo. O marxismo, entroncado originalmente na esquerda hegeliana, distingue e separa o sistema hegeliano (idealista) do método dialético. Aceitando e transformando este último, a filosofia marxista "inverte" o sistema de Hegel, propondo uma visão dialética-materialista da consciência, da sociedade e da história.

Outra reação contra o hegelianismo - reação estreitamente vinculada à situação econômica, social e intelectual resultante da revolução industrial - é representada pelo positivismo, especialmente o de Augusto Comte. Neste caso, reage-se contra o "racionalismo" hegeliano naquilo que possa ter de menosprezo da experiência, com a pretensão de instaurar um saber positivo, capaz de fundamentar uma organização político-social nova. Como Marx, Comte conserva, no entanto, embora transformando-o, em um momento importante do hegelianismo: a idéia de "espírito objetivo".


• ROMANTISMO – EXALTAÇÃO DO INDIVÍDUO, DA EMOÇÃO E DA NATUREZA.

O romantismo foi um movimento cultural que se iniciou no final do século XVIII e predominou durante a primeira metade do século XIX, envolvendo a arte e a filosofia.
De modo geral, o romantismo reagiu contra o espírito racionalista, que pretendia abraçar o mundo e orientar a sociedade. Captou precocemente que a racionalização e a mecanização caracterizariam o mundo industrial, e intuiu a ameaça que esse processo representava para a expressão humana, tendo em vista que os sentimentos individuais estariam sendo relegados ao segundo plano.

• ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO

Exaltação as paixões e sentimentos valorosos. Era a afirmação do amor contra a frieza da racionalidade.
Valorização da sensibilidade e a subjetividade. O sujeito era o centro da visão romântica do mundo.
O romantismo retomou a idéia de natureza como força vital que resiste à racionalização tecnológica.
O desenvolvimento do nacionalismo, o amor pela pátria, a valorização das tradições nacionais e o anseio de liberdade individual.


• O POSITIVISMO DE COMTE
A Sociologia é a ciência da sociedade. Vem de societas (sociedade) e logos (estudo, ciência). É a ciência que estuda as estruturas sociais e as leis de seu desenvolvimento. Implica na análise do "fato social". O fato social são todas as formas de associações e as maneiras de agir, sentir e pensar, padronizadas e socialmente sancionadas.
Auguste Comte (1798-1857) criou, em 1839, o vocábulo "Sociologia". Seu objetivo era emprestar ao conhecimento da sociedade um caráter "positivo", desviando-o das concepções teológicas e metafísicas. Utiliza os métodos das ciências naturais e constrói comparativamente os fundamentos da Sociologia. Estabelece, assim, as leis invariáveis para a sociedade, da mesma forma que a física ou química. Mostra o que é a sociedade (ciência) e não o que deve ser  (filosofia).

• A LEI DOS TRÊS ESTADOS

Teológico: o estado onde Deus está presente em tudo, as coisas acontecem por causa da vontade dele. As coisas sem explicação são explicadas pura e simplismente por Deus. Esse estado tem outras três divisões:

- Animismo: as coisas da natureza tem sua própria “animação”, acontecem porque desejam isto, não por fatores externos, têm vida própria.
- Politeísmo: os desejos dos deuses são colocados em objetos, animais ou coisas.
- Moneísmo: os desejos do Deus (único), são expostos em coisas, acontecimentos.

Metafísico: no qual a ignorância da realidade e a descrença num Deus todo poderoso levam a crer em relações misteriosas entre as coisas, nos espíritos, como exemplo. O pensamento abstrato é substituído pela vontade pessoal.

Positivo: a humanidade busca respostas científicas todas as coisas. Este estado ficou conhecido como Positivismo. A busca pelo conhecimento absoluto, esclarecimento sobre a natureza e seus fatos. É o resultado da soma dos dois estágios anteriores.

O positivismo teve fortes influências no Brasil, tendo como sua representação máxima, o emprego da frase positivista “Ordem e Progresso”, extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", em plena bandeira brasileira. A frase tenta passar a imagem de que cada coisa em seu devido lugar conduziria para a perfeita orientação ética da vida social.


• O MATERIALISMO DIALÉTICO E HISTÓRICO
Materialismo - Em filosofia, é a concepção de mundo onde a matéria é o motor do universo e a idéia sua conseqüência. Materialismo histórico - doutrina do marxismo, que afirma que o modo de produção da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da vida social, política e espiritual.
O materialismo histórico pode ser resumido da seguinte forma: numa sociedade escravagista, os escravos rebelando-se contra os senhores, convertê-la-ia em sociedade feudalista; no Feudalismo, os vassalos insurgindo-se contra os senhores feudais, torná-la-ia uma sociedade capitalista; no Capitalismo, os proletariados lutando contra os empresários, tranformá-la-ia em sociedade comunista. O Comunismo seria uma sociedade igualitária onde não haveria a exploração do homem pelo homem.
O comunismo, para Marx, seria a sociedade perfeita, a síntese final do processo de evolução dialética dos povos. Mesmo imbuído de boas intenções cometeu vários equívocos: não previram a divisão da propriedade corrigindo acumulação das riquezas, as novas tecnologias que aumentam a produtividade da mão de obra e a força sindical que melhora os salários. Em termos práticos, o comunismo foi implantado na Rússia e China, países pré-capitalistas: fato histórico que nega a suplantação do capitalismo.


• EXISTENCIALISMO
Existencialismo - Aplica-se esse nome às idéias filosóficas de Heidegger, Kierkegaard, Sartre e outros. Caracteriza-se pela negação do abstracionismo racional de Hegel. Para Kierkegaard, por exemplo, um sistema lógico de idéias não alcança a existência, o individual. Faz abstração deste, tem por objetivo as essências, os possíveis, e não o existente, o indivíduo, que não se explica não se deduz, nem se demonstra.
A base do existencialismo está na discussão do possível. Para Sartre: "A existência precede a essência". É a tese da impossibilidade do possível. Ele retoma a fórmula de Lequier: "Fazer e, ao faze, fazer-se". É a expressão metafísica da crença na liberdade absoluta segundo a qual o ser vivo e pensante faz a si mesmo tanto quanto lhe permitem certas determinações já tomadas. Além do exposto, Abbagnano acrescenta o grupo da necessidade do possível e o grupo da possibilidade do possível.


• APOLÍNEO E DIONÍSIACO

Nietzsche usava os termos "espírito apolíneo e dionisíaco" para se referir a natureza humana. Na antiguidade, a racionalidade, a lógica, o pensamento questionador (representados por Apolom deus do Sol, clareza, artes e nobreza) existiam no homem em equilíbrio com o impulso, a natureza primitiva e os instintos naturais (representados pelo deus do vinho Dionísio, senhor das festas, do prazer e do exagero). Mas com a criação da filosofia na antiguidade, o pensamento lógico foi tido como mais importante e desde então o homem está em desequilíbrio, pois ciência, sociedade e religião baseiam-se no espírito apolíneo e condenam a individualidade do espírito dionisíaco. Esse desequilíbrio estaria, segundo Nietzsche, levando a sociedade ocidental à decadência.

Quanto ao vitalismo de Nietzsche, representa uma reação não apenas contra Hegel, mas contra toda a tradição intelectualista-religiosa que se opôs à vida e aos valores vitais, desde que se verificou a aliança do platonismo com o cristianismo. Mesmo quando as correntes filosóficas que mencionamos remetem direta ou indiretamente para Hegel, seria errado deduzir dele, por oposição ou continuação (ou por ambas as coisas), todo o pensamento contemporâneo.

O descrédito geral da especulação filosófica subseqüente ao hegelianismo conduziu a atitudes relativistas e céticas contra as quais se levantou também a filosofia. Este enfrentamento com o relativismo e o ceticismo tornou-se patente a partir de diferentes posições, tanto na fenomenologia de Husserl (intento de fazer da filosofia uma ciência de rigor), como nas investigações acerca da vida e da história levadas a cabo por Dilthey e Ortega y Gasset. Estes dois filósofos pretendem compreender a vida e a história com base em categorias especifica rigorosas. 

Talvez a característica externa mais saliente da filosofia contemporânea seja a disparidade de enfoques, sistemas e escolas, face ao desenvolvimento, de certo modo mais uniforme e linear, da filosofia moderna (racionalismo, empirismo, Kant, idealismo hegeliano). Para esta proliferação de pontos de vista e de escolas, contribuíram, em grande medida, fatores sócio-culturais, como: a crise contemporânea dos sistemas políticos, o avanço espetacular das ciências naturais e lógico-formais e o desenvolvimento das ciências humanas, cujos métodos e resultados tiveram repercussões e conseqüências de interesse no campo e nos problemas da filosofia (psicanálise, estruturalismo). A Concepção de verdade, há várias perguntas filosoficamente relevantes que se pode fazer a respeito da verdade e há mais de uma resposta a cada uma delas na história da filosofia, embora algumas predominem. 

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